Vontade
Vontade...
“Força de vontade” é uma expressão que aprendemos muito cedo... Mas, será que a vontade que tenho não seria o complemento de outras “vontades”. Será que há alguém capaz de dizer: - “eu agora vou ter tal ou qual vontade”0? Por exemplo, desde tenra idade eu tenho vontade de me alimentar. Só que essa vontade é aparentemente minha... eu não faço outra coisa que ter uma vontade de um outro “ente” que me exigiu, me impôs ter a vontade de beber e comer inclusive me ameaçando, inclusive, de morte caso eu não o atenda... E assim por diante... Salvante os ato reflexos (aqueles que independem da minha vontade), me parece muito óbvio que nem mesmo o meu carro eu o conduzo de acordo com a minha vontade... Na mais pura realidade fática, ao pensar que o dirijo o que faço senão atender às suas vontades? A começar pelo o que me impõe, se eu não lhe der a manutenção que ele me exige ele para... resolve até mesmo nem dar a partida... Quando ele quer ir para a direita me obriga a ter uma reação qualquer me dizendo – “puxe-me levemente para o outro lado, ou “vou” acabar com você”!...
Muitas vezes, não! Muitas vezes a minha vontade prevalece... Todavia, eu disse “minha vontade”? E disse “prevalece”?
Minha vontade, como? Alguém verdadeiramente tem vontade própria? Ou a vontade é um fenômeno, um desses fatos extraordinários que ninguém sabe a sua origem, que se instala na minha mente e na mente de todos (salvo os completamente insanos) os indivíduos independentemente da minha vontade, ou da vontade de quem quer que seja?
Parece que não há nenhuma novidade sobre isso... basta observar (empiricamente)...
Sob outro aspecto, nem mesmo quando chego em casa e digo “venci o trânsito”, isso também não corresponde à realidade. Só valeria se dissesse “vencemos”, pois houve a concorrência – concomitante – de um incontável número de “vontades” (e aqui as desconhecidas na sua origem, e as conhecidas nas suas excuções), que me permitiram atingir o resultado desejado (sem que eu fosse assltado e morto, ou que batessem em mim etc.
O que se pode, ou se vai, fazer com essa vontade que se apoderou da mente (e que não é, na sua origem, nem minha, nem de ninguém...), é outro problema... E daí nascem (ou não) as responsabilidades...
Assim quando eu digo “eu faço isto”,” eu faço aquilo”, imediatamente baixo a minha bola (lembrando-me de que há vontades que me permitem ou não... fazer ou não fazer etc.)
Mas que é curioso, é!...
Bjs. Não me refiro às vontades externas de outras pessoas - tópico para outra curiosidade...
Ps.2 esste é mais um texto do meu livro À Nossa Família (Curiosidades e Lembranças)...