Devo me fazer notar
Certa vez, eu desesparado e só, gritava ao mundo. A pessoa mais próxima não me ouvia, não se interessava. Dela sentia apenas indiferença, de costas para mim, embora meus gritos de pedido de socorro.
Criei coragem e toquei-lhe os ombros. Ela se virou. Tinha o olhar mais doce e o sorriso mais encantador do mundo. Tinha o abraço mais reconfortante que eu poderia desejar.
Não ouvira meus gritos, porque era surda congênita. Mas ao olhar-me, mostrou toda a riqueza de sua presença. E eu percebi que me fazer notar dependia de mim. E não me sento mais sozinho.