essas noites
prepara-te para os dias de solidão
porque os dias felizes são breves.
amarei o bastante e isso basta.
a noite vem maqueavélica feito
a vadia que vaga
por cima de todas as solidões.
os mares abatidos a areia molhada
minha mente vagabunda
minhas mãos escrevem por todas as ruas
meu rosto;
feito um coringa aprisionado
dança no meio da chuva.
gosto de sangue na boca
e as mãos secas e feridas.
eu, não sofro.
apenas escrevo essa solidão.
por toda parte muros destruidos
versos desimportantes.
escrevo só para mim.
há monstros por toda parte
e as rua vazias do metrô!
morro por alguns minutos
mas nem do outro lado
não vejo ninguém pra dar a mão.
esses sonhos destruídos pelo chão
esses poemas sem nome e mal escritos
sem criticas
aos amantes o doce veneno
que fazem os inimigos criar super poderes.
aos solitários uma taça de vinho.
aos sonhos, desejo aos sonhos o fim da noite.
que se quebre o que é de vidro.
o deserto dessa noite chuvosa;
o vazio que é maior que a batida deste violão;
escrevi essas noites
antes de me tornar só.
o coringa debochado sorri e dança
jogando sua bengala por cima dos ombros.
sua maquiagem é bonita
e sua roupa,
mais parece um figurino
escreve palavras que ninguém entende
e destrói sonhos românticos que ninguém quer ver.
de dia ele se tranca dentro da sua própria cela;
chora feito uma criança
mas de nada vale, ninguém entende a sua dor.
(Edmilson Cunha)