O meu “eu” bebeu para lá da conta

Nos últimos tempos ando exigindo em demasia de mim, temo que isso me esteja cortando a respiração. Já nem falo nas exigências que tenho tido para com os outros, pois essas já mataram todo mundo que de mim se aproximou.

Tenho procurado fazer amizades de verdade, daquelas que de tão sinceras até chateiam. Daquelas que de tão chatas são sinceras.

Todos os nossos sentimentos são reversíveis, uma vez sentido, sentido terá...

Pedem-me o meu corpo, do que adianta levar o corpo se a alma não obedece, é o mesmo que dizer que amo sem amar.

Não sei se sou eu que sou louco, ou se as pessoas se fazem de doidas; mas das observações comumente feitas, reparei que o ser humano não ama, é isso aí... ele sempre ama a ideia de amar, mas poucos são aqueles que amam despretensiosamente.

Emprego é como casamento, entra-se a todo o gás, e sai-se com uma mão na frente e outra a trás.

Das férias em Portugal retive algumas coisas curiosas, uma delas é que toda a minha família e arredores me quer ver casado. Parece que não casar é uma afronta aos hábitos ou costumes do povo transmontano. Acredito que seja compreensível, mais de metade da população é idosa, e no tempo deles casava-se aos vinte anos e produziam-se filhos em doses industriais. Neste momento fujo do casamento na mesma intensidade com que os filhos fogem de mim.

A fase ruim acabou de passar, mas pelo que puder ver no {clima tempo} está previsto uma depressão para segunda-feira. Devo-me preocupar?

Minha cabeça hoje está cheia de idéias absurdas, não liguem para o que acabei de escrever, façam de conta que eu não existo. Que assisto de camarote pela milésima vez a peça “Hamlet” de William Shakespeare.

Jvcsilva
Enviado por Jvcsilva em 12/10/2012
Reeditado em 12/10/2012
Código do texto: T3929347
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.