O HOMEM COMUM E O POETA

Eu creio na poesia, e sei que ela está nas coisas, em especial, nas mais simples, e que nem todo homem consegue visualizá-las... Antes é preciso ser filosofo poeta, ou poeta filosofo. Ter nos olhos alguma coisa de inquietante. Não aquela inquietude do homem que quer descobrir em tudo o Tudo, mas a de sentir no todo o mistério do Tudo, isto em cada mover de uma folha...

É certo que todo poeta é filosofo, mas nem todo filosofo é poeta.

Talvez eu me passe por orgulhoso, me pareça estar a se pôr (eu e os demais poetas) num ponto mais alto que o restante dos homens da humanidade. Mas, não é isto. Estou tentando um caminho para dizer o indizível...

O grande diferencial do homem comum ao ser poeta é que ele, o poeta, faz daquele poético. Os olhos do poeta são mais que intuitivos. Olhos que não são aqui meros órgãos responsáveis pela visão superficial das coisas.

O modo de ver a que o poeta é contemplado transborda o ser por completo, ativa todos os sentidos, ultrapassa, transcende a condição meramente humana.

Ser poeta não é ser simplesmente um escritor de fatos cotidianos, um construtor de poesias, mas uma condição livre da realidade. E é através dele, num parecer simples inspirar que o universo se revela em versos a grande essência da vida.

Agnaldo Tavares o Poeta
Enviado por Agnaldo Tavares o Poeta em 09/10/2012
Código do texto: T3924694
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.