RELÓGIO DE AREIA

Só o tempo é capaz de compactar e dispersar o universo;

Só o tempo se faz crescer, por algum, ou por todos nos permite momentos, nos faz viver...

No estridente som dos sinos no templo, ao notável toque da brisa que por ali vagueia...

Poderia repetir fotografias e relíquias;

Voltar a fonte dos desejos, e lhe mandara algum riso descontrolado que se passou...

Mas o tempo é progressão e não há nada que o faça regredir os fatos, nem os versos;

Tal senhor do vento e de todas as tuas razões;

Confecciona quadros que sonham... desenhado e engenhado pela tua imaginação;

Num instante possibilita abrir e fechar o patamar, realinhar os horizontes.

E coordenar a liberdade...

Nossos pés interagem e se integram à andarem convosco, e consigo seguem, e conosco vão... por caminhos onde as cachoeiras molham nossa face;

Face que se envelhece à cada segundo, à cada fase...

De certa forma é o sentido, é o capricho perfeito no próprio defeito.

Frequências e sequências de êxitos, rabiscos e chuviscos que caíra no telhado... por meras vezes, logo o tempo nos envolve em tua rede de espera, à procurar por soluções e saudações.

Risos abertos, codificando mil palavras, silêncios expressos e esta nuvem de chuva... chuva de abraços, pra molhar na primavera, neblina que rabiscou e chuviscou o telhado 'acima mencionado', logo o tempo hoje vem com cartazes espalhados por toda esta estação, que amanhã já está velho, cartazes de oportunidades, que muitas irão se ganharem, ora se perderem, conquanto, o mesmo não irá se retroceder.

E coloca a nossa linha de pensamento na agulha da realidade, publicada e seguida em qualquer direção, lúcida ou sem razão;

O tempo é algum relógio sem ponteiros, naturalmente retocado e configurado;

Um aspecto que passa, o gelo que se derrete, um amanhecer que se anoitece por justa causa, um espaço que corre em um filme sem pausa.

Hoje quase tudo se compra, e se pudéssemos comprar o tempo...?