"Penso que o logo não existe..."

Penso que o logo não existe

já que tão logo partiste

antes mesmo que nossa melodia terminasse.

Quem dera eu escrevesse;

quem dera eu fosse músico;

quem dera você desce um tempo pra que eu subisse e soubesse o nosso.

Quem dera eu fosse assim tão racional,

saber entender o jogo do logo;

jogo esse que não consigo deixar de pensar sobre.

Sobre minha folha branca não há tese, nem mesmo hipótese que explique esse comportamento.

Em minha folha branca só teu sorriso:

branco, pálido, mórbido.

defronte, eu.

defronte, lívido.

defronte, na retaguarda.

Minguante, baixa, a maré seca e foge,

revelando em seu retiro a erosão que o tempo não conseguiu evitar.

penso e o logo ainda não existe