Autoconhecimento

Falar sobre si mesmo às vezes é a mais difícil das tarefas. Mas ainda assim tentamos. Nos conhecer é o mais importante passo para querer conhecer alguém, não? Pois bem. Apesar de, virtualmente, tentar ser o mais atencioso, carinhoso possível, presente mesmo, creio ter um grave defeito. Talvez uma "herança" deixada por meu pai. Que diga-se de passagem, está vivo. E bem vivo, obrigado! Apesar de amar incondicionalmente muitas pessoas, inclusive muitas delas tendo a absoluta certeza disso, considero-me meio ausente. Não que eu não me esforce para estar presente em suas vidas. Às vezes falta segurança para voltar a confiar. Quando nos doamos e somos traídos, mais uma das feridas se abrem. Mais um dos "vácuos" voltam à tona. E, apesar do imenso amor que tenho por minha vida, essa nunca foi fácil. E não digo por tudo o que vivi depois de adulto. Digo por tudo o que vivi quando criança. Todos os traumas, todas as dores, todos os sonhos abandonados. Todas as procuras, as ausências, as tentativas. Os medos! Todos os fantasmas que insistem em me acompanhar e fazer com que me retraia. Cada vez mais. Cada vez mais intenso. Cada vez mais assustador. Descobertas! Observações! Era isso o que eu precisava! É isso o que estou fazendo! Olhando para dentro de mim. Tentando extrair somente o melhor. Todo esse "melhor" que é o que desejo que o mundo veja. Mesmo quando esse me "apresentar" o pior! Afinal todos têm defeitos e qualidades. E o que fala mais alto varia de pessoa a pessoa. Há quem esteja próximo de ser um "santo". Há também quem esteja próximo de ser um "demônio". Minhas características têm um pouco de cada lado. Mas aqui, agora, não vim para falar de minhas qualidades. Seria em vão. São tantas palavras que, quem realmente é capaz de "ler" a alma, conhece bem cada uma delas. E francamente, não quero listar nenhuma, nem que ninguém assim o faça. Podem ser muitas, podem ser poucas também. Mas eu sei que existem. E as pessoas que me CONHECEM também. Também não listarei meus defeitos. Seria desnecessário e cansativo fazer isso. Olhar para si e ver tudo o que existe de negativo? Pra que? Com qual finalidade? Nenhuma, não é? E tem mais até. Quem se aproxima, vai notar cada um dos lados da moeda. E o que pode ser defeito pra um, pode ser uma qualidade a outros olhos. O que uns não querem, pode de repente ser o que o outro mais precisa. O que eu gostaria mesmo, de verdade, sem falsa demagogia era que as pessoas importantes pra mim soubessem aceitar meus defeitos. Sem julgar tanto. Apontar tanto. Afinal, como bem disse no início desse texto, todos temos um pouco de anjo e de demônio. Gostaria que as pessoas fossem mais transparentes, ao menos tentassem. Que ao terem qualquer problema, o mínimo que fosse, com o que sou ou faça, a mim fosse dito. Mas isso também é muito difícil, certo? Eu mesmo tenho uma dificuldade imensa para apontar um defeito. Talvez reflexo da dificuldade que todos temos de lidar com o fato de, de repente, o nosso ficar à mostra e ser julgado. Às vezes penso querer demais. Pensar de menos. Falar bastante também. Mas esse é meu modo de expressão. Talvez incomode, talvez agrade. Mas isso existe. E é algo que ninguém conseguirá mudar. E eu tentarei ao máximo, não evitar. Cada um sabe bem o que sente e o que precisa. E hoje, o que mais preciso, é de minhas palavras. É meu jeito de me conhecer ao menos um pouco mais. Não é o bastante. Mas já é um começo.

TJ Torres
Enviado por TJ Torres em 06/10/2012
Código do texto: T3918602
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