Prosismo metalinguístico
Bem que a humanidade poderia ser mais leve... E seria, se apenas pusesse em um papel-em-branco tudo o que quisesse dizer ao outro, tudo o que quisesse dizer a si, ao mundo. Quão poderosa e sutil é a sintonia lápis-pensamento; Por estar com algo tão frágil entre os dedos, a mente entende que é preciso ponderar. É preciso também ser fiel, porque a palavra escrita é uma obra-prima de quem escreve, e é amada, querida, é respeitada. Só os sábios seriam capazes de se comunicar, o resto aprenderia olhando, ou simplesmente desistiriam no meio do caminho. Ficariam para trás de alguma forma, porque o signo reinaria.
Personificaria-se gente em poesia, e daria certo! Caberia bem em um mundo-dos-sonhos. Teria menos ego e mais ismo, mais lirismo. Quão abstrata se tornaria a realidade, enfim seria concreta... Enfim seria puramente verdade!
Ah, palavras... Que liberdade vocês têm, e gentilmente cedem à quem quer que seja. São como asas que salvam um animal terrestre que cai de um abismo, suporta-nos acima de tudo e todos. Quanto amor! Quanta poesia desprezada! Perdoe-nos, queridas! Na maioria das vezes, nem queremos saber o que fazemos. Perdoe-nos!