Flores de Plástico
Cheiro flores de plástico, meus sapatos são de barro, meu ser é místico
Não tenho dualidade porque sou quádruplo se não, talvez até múltiplo
Interrogo-me antes mesmo de abrir meus olhos, respondo-me ao fechá-los
Interfiro para amenizar idéias arrogantes em minha mente sádica, sado masoquista
Procurar benevolência humanista não é sabor para meu ímpeto afoito
Violento meus instintos a cada segundo e ainda faço pouco caso de mim
Tenho que me comprimir todo dia para caber nesse universo comum
O que escrevo aqui não é algo explícito, nada natural, vem do meu ser total
Entenda-se ou subentendam-se, isto é só um desabafo interno verbal
Manifestar minha intranqüila índole é pra mim missão desesperada, frugal
Estarei eu apenas saudando dívidas de coisas que eu ainda não escrevi, mas vi
Tenha um bom dia ou não, os próximos minutos que se seguirem o dirão
Charles Silva