Arma do amor
A mata sem transpor o raiar do dia, três da tarde e luz nem a leste nem a oeste, como os gritos da alma o dia percorre, nublado de uma primavera com um arranhão de inverno. Cansaço, como não sentir mais o corpo, o peso já em outrora parecia o mundo em suas costas já não é mais sentido tamanho o cansaço, dor, reflexão. Agonia, pressão, medo. Lama, sujeira, cortes, sangue. Tiro, gritos, ordens. Terça feira. Pior do que viver uma realidade sem querer estar nela é viver sabendo onde poderia estar. Difícil como a saudade é saber que se precisava estar em um lugar por muito mais que amor. Pior que qualquer ferida das mais profundas que se possam ser, que qualquer medo, é lembrar da delicadeza dos teus traços, lembrar da perfeição do seu jeito, e chorar. Inundar a alma, pingar a lama, entre sargentos, entre ferro, entre saudades, entre amor.