Tudo que sou.

Sofro pois, do mal da Poesia.

Mal esse que com luz fulgaz transmuta vida;

As vozes ao insulto, ressoam formosas melodias;

Pichados nas paredes desenham-se sagrados arabescos

E o céu estrelado é claramente meu chão, que desço.

Amigo torna-se todo aquele que, sem porquê, s o r r i :)

E o amor é envolto ar que inspiramos ávidos

sem que enchamos nunca os pulmões!

E deliciosos corações... quais humildemente premeditam ações.

Vi que de ponta cabeça de mim existo em maestria

Sem farpas de poesia distingo árvore e tronco.

Máquinas que insuflam ar desenvolvem um toldo.

Palavras tem a única função de instrução

e o chão sovado é claramente onde toco com as mãos.

Amigo torna-se todo aquele que compartilha o objetivo

E com carinho inspiramos ávidos ao dever cumprido,

comedidos de qualquer sentimentalismo.

E decisões...: tudo meticulosamente previsível.

...E de céu e chão é feito o homem

Na imensidão somos esferas de pólen:

Quando quanda poeta, permito-me sorrir só de ser

Mas quando algo me acerta, uso dos olhos pra ver.

-Nas regras do espaço uso o que faço.¹

-No mundo que penso o espaço transcendo;²

-Lá onde sinto o pensar é tão ínfimo...³

-E quando no íntimo migro, não há regras:

-Lá, me sou apenas seu - E lá, tudo és apenas sou

FlávioDonasci
Enviado por FlávioDonasci em 25/09/2012
Reeditado em 25/09/2012
Código do texto: T3900315
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