Confesso
Sinceramente não sei o que se passa. Pessoas me olham e dizem com tanta certeza que sou alguém que sabe o que quer e o que ser. Isso não é um fato.
Agora mesmo, percebo uma confusão se formando aqui dentro. Isso sim é um fato.
Tudo foge do meu controle. Amar tem se tornado algo frágil e complicado, quando poderia ser algo forte e simples. Minhas exigências não cabem em ninguém. Em absolutamente ninguém!
Me sinto cansada. Simplesmente cansada. Há espaço de mais entre eu e o outro. É cansativo ter que percorrer esse espaço.
Quando há frequência na presença, não há espaço para se tornar um amor. Quando há espaço para se tornar um amor, a distância o entristece e aflige.
Peço aos deuses que me tire o fardo da solidão constante. Peço aos deuses que me ensine a amar serenamente. Peço ainda que me faça parar de usar a palavra “simplicidade” em vão.
Sou uma farsa nesse mundo. Arredondamente triste, desorganizada e solitária.
Peço que não me olhem mais. Não sou o que vêem.
Três Corações, 23/09/2012