Confesso

Sinceramente não sei o que se passa. Pessoas me olham e dizem com tanta certeza que sou alguém que sabe o que quer e o que ser. Isso não é um fato.

Agora mesmo, percebo uma confusão se formando aqui dentro. Isso sim é um fato.

Tudo foge do meu controle. Amar tem se tornado algo frágil e complicado, quando poderia ser algo forte e simples. Minhas exigências não cabem em ninguém. Em absolutamente ninguém!

Me sinto cansada. Simplesmente cansada. Há espaço de mais entre eu e o outro. É cansativo ter que percorrer esse espaço.

Quando há frequência na presença, não há espaço para se tornar um amor. Quando há espaço para se tornar um amor, a distância o entristece e aflige.

Peço aos deuses que me tire o fardo da solidão constante. Peço aos deuses que me ensine a amar serenamente. Peço ainda que me faça parar de usar a palavra “simplicidade” em vão.

Sou uma farsa nesse mundo. Arredondamente triste, desorganizada e solitária.

Peço que não me olhem mais. Não sou o que vêem.

Três Corações, 23/09/2012

Danielle Terra
Enviado por Danielle Terra em 24/09/2012
Reeditado em 24/09/2012
Código do texto: T3898514
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