Amo.

Amo.

O que diferencia o ser humano dos outros animais? Certamente a capacidade de amar.

Poderia dizer que não, que não é a capacidade de amar, e, sim, a inteligência. Mas ocorre que os animais em geral têm inteligência: uns mais, outros menos, como as pessoas, e, assim, a inteligência não serviria de parâmentro para fixar a diferença.

Dizer que o ser humano não age por instinto (pulsão) e o animal sim, e essa seria a diferença, também deixa a desejar porque as pessoas agiriam exclusivamente por impulso (institnto) se não fossem condicionadas (ou educadas).

Ter mais ou menos possibilidade de ser condicionada não estabeleceria uma diferença entre a pessoa e o animal dito irracional. Quantas pessoas praticam atos que deixam o próprios animais “estarrecidos” com tanta bestialidade? E quantas pessoas usam de suas inteligênciais para praticar atos animalescos?

E na via inversa, não seriam os animais verdadeiros amores na sua pureza, jamais praticando o mal? Aliás, o ser humano merece atenção, carinho e afeto exatamente por essa sua “inferioridade”: é o único ser vivo na natureza que sabe que vai causar a dor-sofrimento e causa mesmo assim... Portanto, se se ama os animais por sua incapacidade de perceber que causa o mal, igual sentimento deve ser dedicado ao Homem que, extremamente incapacitado, não percebe que pode causar o bem... e evitar o mal...

Afinal, o que é o amor, amor que os animais não têm, e que seria uma especial e única característica do Homem?

Não pode ser a “relação sexual”, pois, a par dos animais também a exercerem, há aqueles que são assexuados – e pessoas que não a praticam, e amam.

Não pode ser a “bondade”, porque a bondade é um conceito estabelecido por condicionamento (educação), e mais, pode ser relativizada – o que signifca bondade numa cultura pode não ser em outra, por exemplo: ter a mulher como objeto de prazer, em segundo plano, submissa à disposição do marido etc.

Seria desejar e praticar o “bem” unilateralmente e incondicionalmente à pessoa amada – como no texto “Amor eterno”? Mas o conceito de bem, como o de bondade, também é relativo...

Confesso que dei uma volta enorme e não consigo conceituar o que é o amor.

Porém, uma coisa é certa: com ou sem reflexão, com ou sem inteligência, condicionado ou não...

eu me rendo às minhas fortes limitações, e digo: eu simplesmente amo.

Bom dia, ou boa noite, meu amor!

Rodolfo Thompson
Enviado por Rodolfo Thompson em 19/09/2012
Reeditado em 19/09/2012
Código do texto: T3889529
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