O mundo é um lugar onde...
... é muito difícil de se viver em, pois a questão maior, talvez não seja nem a grande discussão sobre o tempo, mas a efemeridade das coisas.
Tudo acaba, pode nunca ser, não há o palpável pra se conviver, não há tantas certezas, como incertezas.
A rotina não deixa de ser uma forma de tentar evitar isso. De ter mais controle.
A humanidade ao invés de responder, tentando minimizar os efeitos aos quais não temos controle, fazer do máximo a cada momento e o que ele significa. Se prende em futilidades, como o consumo, já que nada é palpável e eterno, tudo se descarta. Já que a vida é finita, a violência e a incorporação de valores de segurança, aumentam a insegurança, estimulam a tentativa de tentar controlar, no lugar de aproveitar, vivenciar o que só se pode sentir, e que por isso existe, mesmo se a memória falhar.
Mas se os sentidos não são incentivados. São destruídos. É a falta dos mesmos ao que se recorre, nas substancias tão consumidas, que alimentam a alguns, trazendo o vazio da falta da única coisa que poderia ter valor.
Isso já vira um estigma, na falta de sentido (lógico e sentimental), nas imagens, musicas, meras combinações como substâncias, bens de consumo, todos descartáveis, como passa a ser a vida, de quem nada almejou, nada realizou.
Se você no fundo com as forças, sem razão, já sentiu. Se de verdade já compartilhou, já viu algo imaginado se realizando, por menor que seja, então viveu, isso ninguém tira! Explicação não tem, mas não da. Não é palpável, por isso mesmo existe, e não pode ser descartado.
Corpos são reproduções imperfeitas, frágeis, pois assim lhes condiz. Não são eles a essência, ou os geradores da vida. São só as fantasias dos personagens, no roteiro da vida, com possibilidades de improvisação.
Personagens entram e saem de cena, mas a historia existe, tem muitos pontos de vista, e pode ser reproduzida infinitas vezes. Vivida, só uma!