Experimente…

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Publicado originalmente em:
http://jornalito.com/2012/06/22/experimente/


No dia-a-dia, para as coisas funcionarem normalmente, você provavelmente estabeleceu (consciente ou inconscientemente) várias rotinas, hábitos, padrões de comportamento e de relacionamento que te ajudam a definir quem você é, os traços marcantes de sua personalidade, seu perfil no trabalho, na família, entre desconhecidos, entre os amigos, no relacionamento, em espaços públicos, na intimidade etc.

A maioria das pessoas faz (consciente ou inconscientemente) assim e isso acaba tornando as coisas mais confortáveis. Inclusive, no meu ponto de vista, essa é precisamente a tão falada “zona de conforto”. Falando de forma simplista, você ‘criou’ um ‘personagem’ para a sua pessoa e na maioria do tempo age conforme as características que esse personagem está acostumado (e que as pessoas a seu redor estão acostumadas). Os antropólogos, sociólogos e psicólogos provavelmente dirão que essa é uma estratégia comum de sobrevivência/convivência da espécie humana, que ajuda a sua vida a fluir normalmente e em padrões aceitáveis; mas não pretendo me aprofundar nisso (antropólogos, sociólogos e psicólogos sintam-se à vontade para discordar).

Sair da zona de conforto é algo muito bom, e normalmente são os jovens que falam sobre isso (o que acaba sendo associado a fazer loucuras e radicalidades…). Sair da zona de conforto a meu ver não significa necessariamente pedir demissão de repente para surfar pelo mundo, ir para algum país da Ásia trabalhar em lavouras e comer insetos, usar substâncias alucinógenas no Peru ou passar a pular de para-quedas no final de semana. As mudanças de verdade começam dentro de você, e você é que decide quando e como vai fazer isso.

O primeiro passo para sair da zona de conforto é ter consciência desse personagem que você criou e de que você pode desligá-lo a qualquer momento. É ter consciência de que muitas das coisas que você faz são apenas hábitos, reflexos da expectativa dos outros sobre você e condicionamentos familiares, culturais e sociais que você aceita (desde sempre) e aplica na sua vida; não necessariamente eles são o melhor para você, ou refletem suas vontades mais íntimas e sinceras.

Experimente por uma semana (para começar) parar de fazer coisas que você faz sempre, apenas mude, pela sensação de sair do seu ‘personagem’ e perceber como você se sente… Se você fica o dia inteiro conectado no Facebook e trocando mensagens com amigos, dependendo emocionalmente da resposta e demonstração de afeto deles, passe uma semana desconectado e veja o que você sente. Se você nunca dá atenção a determinada pessoa sem qualquer motivo, experimente por uma semana ser super atencioso e prestativo a ela e veja se isso muda algo para você. Se você almoça sempre de forma acelerada em qualquer lanchonete sem sentir o sabor ou prestar atenção no que está comendo, experimente uma semana comendo devagar e atenciosamente uma comida mais saudável e veja se isso te faz sentir algo. E por aí vai, infinitas possibilidades… E pode ser que simplesmente experimentar vire seu novo hábito…

Todos nós estamos no mesmo barco: estamos passando por uma jornada no planeta Terra. Fomos colocados aqui com um corpo e uma mente e nos foi dado algum tempo para descobrirmos as maravilhas desse planeta e desse fenômeno chamado vida. Só temos certeza de uma coisa: esse tempo não é para sempre, e seria ótimo se essa nossa jornada fosse incrível…! E o mais surpreendente é que as coisas mais maravilhosas que você pode descobrir (e o começo de toda e qualquer revolução) não estão em nenhum país exótico do Oriente, mas em algum lugar dentro de você…
Luiza Rezende
Enviado por Luiza Rezende em 17/09/2012
Reeditado em 17/09/2012
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