ILIMITADO

Aprendi que existem muitos que, desnecessariamente, mantém limites. Limitam-se à sonhar; limitam-se a sorrir; limitam-se a falar e, impressionantemente, com medo da vida frágil que levam, limitam-se até mesmo a viver. Mas, embora admitindo que a vida é frágil e que ela se esvai em fração de segundos; não consigo admitir esse pacto de ócio, de inércia para com o mundo e o ser humano. Porque sobre a fragilidade da vida está a própria necessidade de viver e de não se por limites a isto. Oras, é necessário não se impor limites para sonhar, sorrir, falar coisas boas e - principalmente - para viver. Assim, devemos sonhar além do necessário; devemos sorrir além do necessário, devemos falar coisas boas além do necessário e, com muito mais razão, devemos viver muito além do necessário. Isto porque, se formos ponderar, viver não é simplesmente respirar. Viver é conviver, é tornar-se diariamente aprendiz e professor, é contabilizar boas ações e - por elas - tornar-se um pouco mais ser humano (quem sabe anjo). Não há limites para se fazer o bem e, concretamente, a somatória desse bem nos tornará melhores. Deixar de fazer o bem é deixar de viver bem; é deixar de crescer pessoal e espiritualmente. É claro que existem muitos que não pensam assim, é claro que muitos se limitam a viver assim. Não falo para todos, falo apenas com os que pensam de igual modo (aquele ser humano ilimitado). Entretanto, confesso que frustro-me com os que não pensam assim; todavia, não desisto deles. Porque um dia o mal não terá mais espaço. Porque um dia os limitados não terão mais espaço; seja aqui ou em outro plano o que não é bom não prevalecerá. Porque a vida precisa de pessoas boas e ilimitadas; e se alguém for querer manter um só limite nela... que seja o de ser necessariamente... ilimitado!