Novas filosofias.
Sempre me disseram: Ei menina, não perca as estribeiras. Sim, não perca. As estribeiras. Não sei ao certo quantas vezes fui até o dicionário para ver o significado dessa palavra. Mas de fato, nunca perdi. Mas um pensamento contínuo vem estado em minha mente, uma rebeldia encubada que grita no âmbito de meu ser e diz: "E dai, se você perder as estribeiras?".
Afinal, a beleza que há no voo de um pássaro não consiste justamente nos tracejados tortos que ele faz?
Fizeram-me refletir acerca do que eu tenho feito e principalmente do que eu tenho deixado de fazer. E acho que chegou a hora de dizer.... Que se dane! Que se dane os julgamentos de pessoas sem escrúpulos, que se dane os velhos costumes, que se dane o termo "politicamente incorreto". Que se dane toda hipocrisia. Decidi que não vou ficar parada olhando para o relógio enquanto os seus ponteiros se movimentam na calada da noite. Irei me movimentar também, e no final do dia estarei um passo frente a eles.
Chega desse comodismo em que embalsamei quinze anos de minha vida. Chega desse dogmatismo de fé que me manda abaixar a cabeça e seguir em frente sem usar da minha razão. Fizeram-me um ser pensante e não querem que eu pense?
A verdade é que os dias estão se passando mais rápido. A velhice, e com ela a impossibilidade de fazer certas coisas, está se aproximando.. E temo ao pegar, um dia, um álbum de fotos antigas e imaginar diferentes fotografias lá coladas, com diferentes pessoas e diferentes espaços e me amargurar por não ter tido coragem de conhecer novos caminhos; fugir da linha reta que me aprisiona e tapeia, e me aventurar por atalhos sinuosos.
O mundo é tão vasto e o tempo é tão curto para se gastar com hesitações...
E por conta disso, tomei uma decisão: Optei pelo Carpe Diem.