Minha arte
Sou um artista contemporâneo: e sei o quanto é efêmera, toda essa contemporaneidade na qual estou inserido. Minha arte é carregada de simbolismos clássicos e marcada pela busca de um lirismo por muitos já esquecido; por isso no cenário atual me torno um ser à parte, incompreendido.
Em tempos líquidos, como bem define Bauman, ser sólido é no mínimo motivo de estranhamento por parte dos que não assimilam nada que os obrigue a pensar.
Para estes minha arte é indigesta: preferem alimentar-se de isopor.
Todavia continuarei sendo fiel ao que acredito, e filtrando toda essa modernidade que me asfixia, fazendo minha arte à parte, longe de grandes holofotes, arte esta: lírica, atemporal e solidificada.