Deus

Deus não é insistente no amor

Nem quer que sejamos.

Não leva nada do que somos

Mesmo que consintamos.

Não usa o poder

De se fazer igual a nós

Confundindo... roubando-nos.

Esse poder ele cede aos humanos

Que se fazem deuses profanos.

Não exige de nós fé

Ele próprio é.

Há tanta sutileza em sua manifestação

Suspira conosco em cada nova redenção.

Há quem acredite que Ele

Exige sempre correção.

Lança sobre nós o sofrimento

E mostra quem manda na situação.

Creio que mesmo sendo Deus

Se entristeça de tal concepção.

Seria Ele nosso feitiço

Nosso eterno enguiço?

Ou a alavanca... o que destranca.

Cobramos a perfeição

Que por permissão não temos.

Lançamos nosso olhar acusador

Transferindo nossa miserabilidade

E não nos rendemos.

Mas quem disse que Ele quer rendição

Ou qualquer coisa que se pareça com omissão?

Parece tudo tão paradoxal.

Não está nos encantos

Nas mansões

Nas riquezas

Nas ilusões.

Está nos sonhos

Nas vibrações

Na energia

Em nossa simetria.

Não está na liberdade

Alheia a verdade.

Nem mão que pouco semeia.

Está no sangue

Nas veias.

Em nosso DNA

Em tudo será.

Também está nos porões

Nas teias... nas bifurcações

Onde não há janelas

Onde a luz anela.

Está nas sentenças matemáticas

Elevadas a zero

Se fazendo um.

Está aqui agora

Nesse amor que... aflora.

Lucinda
Enviado por Lucinda em 11/09/2012
Código do texto: T3876131
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