Na estrada

Numa dessas estradas da vida acabei te encontrando, sem esperança nem vontade, veio como uma chuva de fim de tarde, sem muitas pretensões de durar. E então tabus e limites foram quebrados, me senti com um alvo, sendo atingido a distancia, muitas flechas se perderam, mas alguma de fato acertou! E de repente ali estava, o consolo e a inspiração necessária, e tudo passou a ter mais cor, as formas pareciam mais nítidas, e até sonhos inesperados surgiam de lugar algum, e tudo isso se acumulou e passou a predominar, e quando nada mais me importava, eu deixei de importar.

Então um balde de água fria foi atirado em mim, após toda a adição no novo ser, uma subtração brusca destruiu o futuro e tudo que viria com ele, me perdi novamente na estrada, sem carona e sem ajuda, o sol atingia o asfalto, que descontava queimando meus pés, que tão cansados de caminhar sem rumo nem sentiam mais a dor, pois toda a dor que o corpo inteiro deveria sentir foi transferida para uma parte interna, que não poderia ser vista, o coração. Prometi para ele que não o machucaria mais, então o tranquei. Foi mais uma promessa em vão, pois joguei a chave fora, mas infelizmente tens uma cópia e podes abrir a qualquer hora.

Sinclair
Enviado por Sinclair em 10/09/2012
Reeditado em 10/09/2012
Código do texto: T3875513
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.