Segredo Secretium
No céu o sol encanta as nuvens de algodão com os seus raios
As nuvens parecem querer fugir... outras vezes juntam-se, para levarem com eles.
Elas são marotas; e são como as crianças.
Ora querem, ora não querem.
Mas a elas ninguém as educa.
Talvez o vento que ás vezes empurra-as para fora do seu caminho.
Como ele é altivo, e forte!
Queria ter as tuas asas;
Sim, eu tenho a certeza que tu tens asas!
Senão, como poderias voar?
Eu sei, vento, que tu és um anjo escondido!
O esquecido que vagueia no esquecimento.
O que me faz tremer de frio, e que acha divertido levantar as saias às raparigas atrevidas.
Ah sim, eu sei!
Eu sei tudo a teu respeito!
Lembras-te do “antigamente”? Quando eu era mais moça do que sou?
Eu costuma conversar contigo e tu comigo!
Lembras-te, contavas-me as tuas histórias do norte e do sul;
Do oeste e do este.
E eu escutava, embalada nos teus versos.
Batias na minha janela quando chegavas, lembras-te?
E ás vezes até trazias pequenas gotinhas de chuva para eu brincar, lembras-te?
Ah! Como eu era feliz contigo como amiga!
Agora andas por aí, a balouçar, e a assustar e a embalar outras raparigas
Mais crianças, mais anjinhos.
Ah sim, eu sei que és um anjo!
Mas eu prometo...
Não contar a ninguém!
Secretium!