Da Insônia
Sono que nao vem, passou da hora, desperta em mim nesse agora, o instante das horas que nao passam.
Da ansia do que o tempo tem para correr amanha, antes de reduzir minha existencia a magnitude dos lençois, cobertores e flores do campo.
Dai-me descanso para o coraçao, dessa agonia desenfreada de tintura cor de cobre, a descer pelos cabelos, esverdeando no tom dos olhos.
Sono que nao chega, nao diminui e não altera ansiedade, dessa agua de fonte limpida que enobrece o valor que a sede tem, respinga, molha, semeia e faz crescer a aurora, para amanhecer dia, entardecer vida, anoitecer amor.