Simples e puro
Sentada no meu quarto começo a escrever.
Enquanto que a luz observa as minhas feições, eu escrevo.
Escrevo histórias e escrevo contos.
Escrevo memórias ou então escrevo poemas engraçados,
Pois se escrever poemas de tristeza logo fico naquele estado...
Aquele estado de depressão
Que nunca me deixa fazer nada do que tinha planeado.
A luz do meu candeeiro estremece, ao escutar um relâmpago.
O mesmo acontece à dona deste.
Levanta-se da cadeira e vai fechar a janela, que sem querer deixara-a aberta
Lá fora a chuva depressa vem, como depressa vai.
Assim como o tempo, pensa essa rapariga;
Outras vezes faz-se sol, outras vezes está enevoado, e outras vezes chove;
Não é esse tempo em que ela pensa.
Mas que interessa quando há futuro?
Pensou a rapariga, sentando-se outra vez na cadeira
Olhei minha folha já escrita.
O meu cão ladra, com receio dos trovões;
Mete-se por debaixo do móvel, esperando que passe.
Tento escrever, mas já não consigo.
Levanto-me e vou ter com o meu cão, fazendo festinhas, tentando-o acalmar.
O vento sussurra lá fora, desgraças e descontentamentos.
Enrugo a testa.
Também, não sabe mais nada se não se queixar!
Penso para mim, um tanto atordoada:
Ando a ficar maluca, já ando a maltratar o pobre do vento!
Deixo o cão, e vou;
Tentando mais uma vez escrever.
Olho para o que escrevi.
Para quem estava a tentar fazer um poema, saiu-lhe mas é um começo de um conto.
Acontece!
Pode ser um tanto estúpido;
Pode estar cheio de erros;
Pode até ser engraçado, pois parece-se com um diário;
Mas foi tirado do fundo;
Fundo inculto;
Mas simples e puro.