Aventuras e desventuras de uma personalidade inconstante
Qual das seguintes orações soaria mais verdadeira aos nossos ouvidos? Somos constantes na nossa inconstância ou somos inconstantes na nossa constância? Baseado em meu parco conhecimento, são afirmações um tanto distintas a serem feitas. O modo de portar-se inconstante de muitos ultrapassam tantos os limites, que tornaram-se hábito. Hábito, tudo aquilo que não mais provoca espanto ou admiração. Hábito, remédio ou mesmo veneno quando tudo na vida adquire essa característica. Qual das seguintes opções parece melhor - ou menos pior: possuir uma vivência terrena permeada de dúvidas, perguntas incessantes e de inconstância ou adaptar-se e de tudo fazer um "novo hábito"? Na certa a segunda opção é a mais fácil. Na certa a primeira opção é a mais interessante. A menos entediante. Porém, a mais complicada. E quem escolhe a primeira sabe exatamente do que se trata. Uma dica, tenho a dar a quem escolhe ser constante na sua inconstância - se é que posso afirmar que se "escolhe" ser assim. Nada de conclusões precipitadas, meus amigos. Por mais que na primeira análise possa parecer que agir, responder, pensar dessa ou daquela forma seja A verdade universal. Desconfie de sua própria razão. Ninguém pode se dá o luxo de agir em um mundo como esse com base em impulsos. Para os indivíduos desse mundo, que não conseguem fazer de tudo um hábito e insistem em perguntar, brigar, resmungar com o que vêem e sentem... Só posso deixar aqui meus pêsames. A complicação hoje é uma tortura. Amanhã ela adquire proporções grandiosas, transformando-se em criatividade, amor, amizade, insanidade, aventura... Aventura de quem não deixa a magia da vida tornar-se mero hábito.