Que dilema!

A - 2012... Eleições... Escolher um candidato... Mas espera aí, eu já não deveria ter meu candidato? E muito antes de se falar em Eleições?

B - Sim, é isso aí!

A - E Ele deve ser alguém que eu já conheça, claro! Deve ser alguém que eu acompanhe o seu trabalho, não é verdade? Alguém que eu saiba ser honesto, ter bom caráter e postura digna, o que é óbvio! Mas ele tem que ser político de profissão?

B - Pra começar, política não é profissão, é condição. O cidadão candidato, se eleito, assume a função de Vereador, de Deputado, de Senador para prestar um serviço à Nação na condição de Membro do Parlamento; ou assume a função de Prefeito, Governador ou Presidente para prestar um serviço à Nação na condição de chefe do Poder Executivo. Terá 4 anos para implementar as promessas feitas durante a campanha. Somente como Senador é que fica 8 anos nessa condição, para cumprir a promessa de ser o guardião da Pátria.

E nesses cargos públicos eles ganham muito bem, os danados!

É essa a trajetória do cidadão na política:

Candidato, que promete;

eleito, assume a condição;

4 anos para implementar a promessa.

Se nesses 4 anos ele cumpriu, ótimo!

Não cumpriu o que prometeu, amém!

FIM. (É como deveria ser!)

Outros, já candidatos, com novas promessas aguardam a vez.

A - Tá, eu sou 'burro', mas agora eu aprendi: não devemos votar nos mesmos. Até porque, como você bem diz, cargo público não é emprego. E, diga-se de passagem, não deveria haver reeleição para Vereador, Deputado nem Senador. Isso só acontece, porque são justamente eles que fazem as leis; e eles, claro! não vão "chutar a bola pra fazer gol contra", isso é óbvio!

Eu quero então que você me diga, como faço pra conhecer os candidatos. Leio todos os jornais, revistas, sites na internet... assisto a todos os programas políticos na TV... ? Como?

Nos sites a gente só encontra informação dos mesmos, mas dos novos, não! E mesmo assim o que se descobre é que o Dep. Fulano de Tal votou contra o projeto A em favor de B; ou responde processo por corrupção em 1ª instância, sem condenação; ou foi inocentado de acusação de peculato... Enfim, isso resolve? E como fico sabendo se o novo candidato é competente, se está qualificado, se tem boa índole, se vai comparecer às sessões, se é a favor ou contra o 14° e o 15° salário dos parlamentares, de onde ele vem e o que pretende? Como descubro a sua verdadeira história? De que maneira enfim aprendo quem é quem a cada nova Eleição?

B - MISSÃO IMPOSSÍVEL!, assuma essa verdade.

A - De repente eu posso conhecer pessoalmente um candidato; sujeito bom caráter, de boa índole e honesto, mas que promete o impossível ou ignora as verdadeiras necessidades... Voto nele mesmo assim? É o ÚNICO que eu conheço. Ou voto num desconhecido qualquer?

B - É uma decisão só sua ajudar ou não a eleger um desconhecido qualquer.

A - Eu votei no Demóstenes Torres, sujeito acima de qualquer suspeita, viu no que deu? Como que a gente, que elegeu ele, ia saber que o cara é "o maior bandido"? A gente não é amigo do cara, tudo bem, mas a ficha dele era LIMPÍSSIMA. Agora é que sujou. E tu vê, até os amigos dele ficaram surpresos com as denúncias expostas nos noticiários.

B - Isso prova que mesmo quando a gente convive com uma pessoa a gente pode ser surpreendido por seu comportamento desconhecido e ficar muito decepcionado.

A - Você não me ajuda em nada, caramba, só complica! O que faço, anulo meu voto? RESPONDE!!! SIM, NÃO?

Os partidos políticos, por sua vez, não tem critério pra selecionar seus associados, entra qualquer um, não dá pra confiar. E a gente tem que ficar atento à isso, também. Na última eleição, eu, revoltado, votei no Tiririca, na gozação; ele tem a ficha limpa mas é analfabeto, e mesmo assim foi eleito, pode? Na brincadeira acabei ajudando a eleger essa ameba que passa o dia no ócio causando disenteria nos incautos visitantes do Congresso. O que sabe ele fazer? Sério!, eu não sei quem são os novos candidatos e nem vou procurar saber, num sei como! Você também não diz! Na verdade, to vendo que nem você sabe, tá pior do que eu. E com isso não me livro do dilema!

Voto nos mesmos que já estão aí, de novo?

Sei que não devo! Eles já tiveram seus 4 anos!

E quer saber?

Eu nem sei se eles fizeram o que prometeram.

Reconheço, não conheço essa gente, ninguém! Eles não fazem parte do meu convívio!

E então, o que faço, anulo meu voto? AJUDAÍ!!!

SIM? NÃO?

Dilucas
Enviado por Dilucas em 31/08/2012
Reeditado em 04/11/2022
Código do texto: T3859108
Classificação de conteúdo: seguro