Ausência

Acho que ainda continuo esperando.

Há, na vida, algumas coisas, momentos e pessoas das quais ficamos padecendo – em qualquer sentido da palavra – enquanto esperamos que os dias tragam uma solução, sendo ela o rompimento ou a continuação, o recomeço de tudo.

E o tudo é tão pouco – ou assim parece – para o outro, mas é tanto para um eu...

Não sei, mas deve ser pior esperar por um alguém; acho que escolho não sentir essa dor. Mas não é ela alvo de escolha; somos nós, os tolos homens, desprovidos de qualquer conhecimento – e falo de conhecimento interno, existencial - que somos alvos dessa falta, que eu mesmo não gostaria que fosse necessária.

Essa falta, que às vezes nem parece existir, mas ora destrói, tamanha falta é a lembrança de uma ausência: sim, aquela tarde.

As pessoas talvez gostassem de esquecer suas memórias – afetivas ou não -; aquelas doloridas, que causam desatino, loucura, insensatez, mas há pessoas que as queriam manter dentro de si e arrancar do coração aquelas que não fazem diferença e há as que queriam guardar também, mas não sentir alguma espécie de dor, mas dói, pois que é quase um nó que cessou de suas forças.

E finalmente, posso dizer que é essa ausência é que faz com que outras coisas, momentos e pessoas cheguem até nós – não que um substitua o outro; não é o caso – e que nos façam feliz, mesmo que ao fim do dia choremos de saudades daqueles que ali não estão.

É assim... É assim.

Paulo Ricardo Pacheco
Enviado por Paulo Ricardo Pacheco em 31/08/2012
Código do texto: T3858633
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