Monólogo de mim
Falta de tudo um pouco
Nesse meu ser louco
Que de louco nada tem...
Nessa minha vida pouca
De nenhuma intensidade
Que inventa um personagem.
Falta capacidade pra viver, satisfazer os meus desejos,
Realizar os meus sonhos... Os mais simples!
Sou simplório, sem sal, sou certinha.
Sou irreal.
O medo me consome o tempo todo...
Tenho medo do mundo,
Do outro, do fundo do poço!
Corro das palavras e ao mesmo tempo,
Sirvo-me delas, como meio de disfarçar... O meu eu covarde,
Tenso, intenso, propenso...
O tempo é pouco, nessa corrida desprovida de alimento pra a alma,
Pra calma, pra paciência... Que outrora esbanjava, e doava a todo o tempo!
O coração teima em querer explodir diante dos fatos, que já são fatos!
Porém não adianta, não dá mais pra enganar...
Mesmo os que me conheceram agora, Já sabem desse meu lado, frágil, perdido...
Passam os minutos, as horas, os segundos... E percebo que eu quero, e preciso mudar!
Como se mudar fosse fácil... Ah, é uma pena, por que lá no fundo, Sei que sou mais do que isso.
Descobri tão tarde que a única que pode mudar tudo isso, sou eu... Mas já sei, nunca é tarde... Todos falam né?
Demorei pra me fazer respeitar, fui fraca, abaixei a cabeça, permiti que me fizessem de lixo...
E aí aqueles que poderiam me ver diferente, eu diria até como gente, como realmente sou, não me veem assim...
Pra eles sou imperfeita, inculta, pequena, sem sonhos, sem amor próprio,
Sem a capacidade de realmente me fazer amar...
Sem a capacidade de realmente me amar!
Sou um lixo que; talvez, seja reciclável...
É difícil se livrar da baixa estima, quando se viveu uma vida longa tendo ela como companheira.
Mas eu não reclamo da vida, ela não é culpada. A vida na verdade, é linda, é dádiva...
Mas Também não reclamo das pessoas que me fizeram assim. No fundo elas só fizeram...
Deixei-me levar pelo presente que parecia ser um momento único... Mas que hoje, tem um gostinho de... É, fui fraca demais. Mas também não sou culpada! A culpa é do acaso, que por acaso me usou... Aí sim, foi falta de jogo de cintura, de nascer esperto, de ver longe o que poderia não dar certo...
A minha história é igual aquelas contada por pescadores... Tipo; uma grande mentira, que consegue fascinar a todos pela grandiosidade do conteúdo.
Mas será que existo mesmo? Ou só sou uma invenção de uma mente fascinada por histórias de ilusão...