TRÊS BENS VALIOSOS
O materialista, aquele que não enxerga outro valor senão os bens materiais e o dinheiro, é um idiota. Desejar possuir algo para levar uma vida digna; querer dinheiro pelo seu valor instrumental (adquiri-lo como MEIO de satisfazer às necessidades, e não como o FIM em si mesmo), é sensato. Afinal de contas, não procurar ganhar dinheiro algum significa ser oneroso ou "pesado" a outrem. Isso não é desejável.
Porém, querer o "vil metal" ardentemente, veementemente, visando ao seu acúmulo, como a finalidade principal (ou exclusiva) da vida, e às expensas de todos e de tudo, eis a maior estupidez e tolice que o ser humano pode cometer. Se dinheiro realmente tivesse valor, uma, dentre estas três coisas, ocorreria: A pessoa levaria consigo seus bens quando morresse; não morreria; ou antes de morrer, para os materialistas que acreditam numa vida além-túmulo, compraria sua vaga no paraiso.
Então, o que realmente vale nesta vida? Para o sábio, estas três: O nome, a família (se for o caso) e a amizade.
Nome honrado (célebre ou não). Só se consegue ter um nome probo, quem pautar a vida segundo sólidos princípios éticos.
Família bem construída. Se constrói bem uma família quem se esforça para educar corretamente os filhos, acompanhado-os em todos os seus passos, amparando-os na queda, prevenindo-os de eventuais passos em falso, mas, sobretudo, com o exemplo. Pouco adianta dizer ao filho que mentir é incorreto, se um pai (ou mãe) de família vive o tempo todo mentindo.
Pode-se medir o valor de alguém pela quantidade de amigos que ele conseguiu obter durante a vida. Só obtêm amizades verdadeiras as pessoas de bons sentimentos. Somente pessoas de caráter nobre têm amigos. Companheiros de malfetorias têm comparsas, como bem observou Voltaire.