NÃO ATIRE NO LIXO MINHA POESIA








Minhas letras são pobres, sem nexo
Podem ser dispersas, sem esmero
Cadentes, dolentes, sem harmonia
A tonalidade doentia
Toca o destempero

É lívida minha poesia
Opaca, desprovida de alegoria
O chão que estremece
Com ou sem fantasia
Não produz enlevo

Não atire no lixo minha poesia
No seu âmago há ternura
Faceirice, alegria
É ela que me deleita
Nas entrelinhas da afonia
Me aceita
Entre a depressão e a agonia.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 27/08/2012
Código do texto: T3851629
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