Confissões de um sem vergonha
Ela não é nenhum símbolo sexual, não tem nada de mais, nada de exuberante.
Eu consigo enxergar perfeitamente todos os seus defeitos e argumentar sobre cada um deles, criticando-a.
Eu detesto o seu jeito, o seu modo de pensar e agir. Eu não gosto dela, mas não consigo ficar longe por três dias. Tenho que arranjar algum pretexto para me aproximar, nem que seja pra uma provocação, um elogio, um recado, qualquer coisa.
Juro que gostaria de saber o que é isto, que me faz humilhar e fazer coisas que não quero, como por exemplo, correr atrás para pedir desculpas por algo que estava correto e ela não gostou, ou jurar ser eu o bandido apenas para deixá-la feliz.
Queria saber que força é esta que parece um ímã que me faz aproximar dela, procuro agradá-la a todo instante, passo vexame, mas não paro de ir atrás.
As pessoas já estão falando que isto é falta de vergonha, e eu começo humildemente a admitir.
Parece que eu gosto de ser maltratada e levada com pouco caso.
Eu já não mando mais em mim, não tenho mais aquela opinião forte de outrora. Hoje sou impulsionado por uma força e acabo fazendo tudo o que ela me impõe.