Por quê?
Por quê olhar sempre para trás para tentar entender o futuro?
Não seria por medo de encarar o presente e ter trabalho de encontrar nele algo mais que as velhas fórmulas já prontas, as antigas filosofias requentadas ou as célebres e já tão desgastadas frases de efeito?
Por quê suspiram as gentes pelos nomes de outrora como se bastasse a morte para elevá-los à categoria de alguém que soube muito mais que nós?
Parece-me às vezes que a vida é um repetido sentar-se no banco da escola para aprender de novo tudo que foi ensinado às gerações passadas com tanto desvelo, e me pergunto, contemplando os resultados...se não deu certo até aqui, por quê passaria a dar certo a partir de agora? Por quê não podemos ter idéias frescas, novas, novíssimas às quais sejam dadas a devida importância?
O mundo mudou, nós mudamos como seres humanos, como sociedade e como indivíduos. Existe um profundo por quê pairando no ar como a lâmina aguda de uma guilhotina que descerá a qualquer momento sobre todos nós como um todo, e não decepará apenas cabeças para longe de seus próprios corpos, mas sim, deverá ter a dura missão de nos dividir de uma vez por todas de um passado indolente e ineficiente, incapaz de nos liderar rumo ao que esperamos de um futuro tão informe que assusta...mas é preciso coragem para entender que é exatamente para este futuro que estamos hoje vivos. E aprender o mais rápido possível a tomar decisões que nos permitam questionar ainda hoje a ordem natural e absoluta dos fatos como nos são impostos. É preciso coragem e disposição para olhar-se diretamente nos olhos no espelho e perguntar a si mesmo: por quê?