Conversando com melhor amigo sobre paixão platônica

Ele diz: Suponhamos que você consiga, que ele perceba que você existe, que ele também queira alguma coisa com você e vocês fiquem juntos... Você sabe com o que ele se parece, o que você vai responder quando ele te perguntar o que você viu nele?

Eu digo: Que não vi nada, eu poderia dizer que seu belo olhar amendoado me encanta e seu sorriso tímido e sem jeito me enfeitiçou... Não deixa de ser verdade, mas não é nada disso o que me faz querer ficar com ele. O que aconteceu de fato foi que sem razão aparente enquanto conversávamos eu soltei uma gargalhada que acendeu algo que eu não sentia há muito tempo, tanto tempo que nem lembrava mais que existia isso. E eu passo o tempo inteiro com esse calor inexplicável que me consome e me faz acordar cedo para ter um simples vislumbre da cor que ele usará a cada dia. E a cada dia eu viro um pouquinho mais cinza até que ele me sorri e eu fico mais colorida, minhas queimaduras somem e eu me submerjo num'água límpida cujas ondas me levam pr'alto mar. Você acha que ele é feio? Problema seu, não fique com ele. Eu sinceramente não acho, pelo contrário, mas mesmo que fosse o caso: ele poderia ter 3 cabeças e 1 só olho, se a personalidade dele permanecesse inalterada, eu continuaria apaixonada.

Ele diz: Tá...

Taís Gollo
Enviado por Taís Gollo em 17/08/2012
Reeditado em 27/08/2012
Código do texto: T3834999
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