DE PONTA-CABEÇA

Esse amor acabou por virar vários mundos de ponta-cabeça, agora e mais do que dolorosamente eu tenho certeza disso, eu o sei.

Por que, Senhor meu Deus, por quê? Para que finalidade a todos nós tanto sofrimento, tanta dor? E eu o pivô (tal coisa sempre me haverá de parecer inverossímil) eu o pivô dessa quase-tragédia coletiva, Pai de Amor?

A mim me resta orar... orar... orar... por cada um de nós... por mim... Orar e pedir perdão... Pedir perdão exatamente de quê? Pedir perdão exatamente a quem, meu Senhor?

Minha única certeza: antes de tudo, preciso pedir-me perdão, pedir perdão a mim. É a única certeza que, neste tempo, consegue caber em mim. Também não sei exatamente de quê me devo pedir perdão. Também isto não o sei, também isto não o sei, Senhor.

Escrita ainda na noite de 15 de agosto de 2012.