Simples devaneio
Anoitece. A insígnia do crepúsculo se mostra, semi-oculta, semi-circular. O todo adormece, o mundo que tem medo do mundo descansa em um sono perfeito. É um momento único e precioso. A lentidão que rege o planeta continua a escoer a areia interminável da ampulheta do tempo. Os cérebros estão desligados em conserva. As respirações silenciosas nada significam. O sangue que percorre os corpos só para deixá-los vivos já não é tão importante, só está presente. Tudo mergulha num silêncio abissal que se consome como fogo. Todos dormem. Os humanos, os animais e as plantas. A vida descansa da vida.