A Palavra que é luz e alimento nos reconcilia e nos torna criança.

“Tu, filho do homem, ouve o que te digo, não sejais rebeldes como esta casa de rebeldes. Abre a boca e come o que te entrego’. Olhei e eis uma mão que se estendia para mim e nela um volume enrolado. Ele abriu-o na minha presença. Estava escrito no verso e no reverso. Nele estava escrito: ‘Lamentações, gemidos e prantos.” (Ezequiel 2, 8-10)

“Abre a boca e come” a Palavra apresentada, e que hora se tornara alimento na boca do profeta Ezequiel primeiro nos faz um convite a refletirmos sobre a nossa postura diante da “Palavra de Deus” (A bíblia). Como estou lendo este “Volume”? Compreendo de fato o que Nela esta escrita? De que forma tenho me alimentado desta Palavra? De que forma vejo esta Revelação?

Em seguida, disse-me: “Filho do homem, ingere este rolo que estou dando e sacia-te com ele”. Eu comi. Na boca parecia-me doce como mel. (Ezequiel 3, 3)

O ato de comer implica no ato de digerir, de saciar-se. O ato de digerir sugere trazer a Alimento para dentro de si mesmo, Alimento que digerido, se transforma e passa a fazer parte do corpo (homem), fazendo parte do corpo, este Alimento sacia o corpo, assim corpo saciado, fortificado e revigorado, não deve mais permanecer no repouso, pois não basta em si mesmo. A palavra que hora é alimento, que sendo alimento foi digerida, sendo digerida sacia e saciando é anunciada, não é mais a mesma palavra no inicio fora apresentada inicialmente é uma palavra modificada é uma palavra de salvação.

As lamentações, gemidos e prantos, do homem rebelde que se tornara alimento para o profeta convida-nos a digerir a nossa ignorância, a olhar para dentro de nós. É um convite à reconciliação e reconciliados, viver a luz dessa Palavra. Que ao ser alimento, modifica e é modificada.

Esse reencontro com ‘eu’ deve tornar-nos semelhante a “criança” transformada pelo “mel da Palavra”. E aqui está a reposta para a pergunta dos discípulos e para nós hoje.

Nessa ocasião, os discípulos aproximaram-se de Jesus e lhe perguntaram: “Quem é o maior no Reino dos Céus? Ele chamou perto de si uma criança, colocou-a no meio deles” (Mateus 18, 1-2)

Jesus da uma resposta singela que caberia outra pergunta: Como ser essa criança? Como assumir essa pequinesa, que é grande no reino dos Céus? E Cristo reforça dizendo o quão é importante para Deus um só que seja desses pequeninos.

Que vos parece? Se um homem possui cem ovelhas e uma dela se extravia, não deixa ele as noventa e nove nos monte para ir à procura da extraviada? (Mateus 18, 12)

Assim, a visão do profeta Ezequiel parece-nos apontar para o que temos hoje. Palavra que era no início (Gênesis), que se tornou homem e habitou entre nós, é hoje o nosso alimento. Sacia-se!

Shalom! Shalom!