O pérlago e o Infortúnio

Após anos de lutas,

Atravessando tormentas, naufragando, emergindo, submergindo tantas vezes,

Tentando respirar, veio por fim a morte.

Mais uma vez acreditei nos meus instintos, porém não dei a devida atenção,

E, por meios de opiniões lancei-me em alto mar.

Esse mar que tantas vezes pareceu-me calmo,

Revoltou-se contra minha natureza, minhas acões, meu impotente desfecho.

Lancei-me mar adentro, suportando a maresia,atracando em tortos cais, portos sem ancoradouro.

Acabei por ficar a deriva, onde sem seu afeto, sem sua atenção, fui afastando-me da praia perdendo o horizonte de vista.

Um silêncio apoderou-se de minhaa garganta, gritando acuado por S.O.S. mas, sem ter como ecoar perdeu-se no vento.

Rumei sem saber se existia a minha frente uma ilha, uma outra praia ou quem sabe um velho porto para assegurar o que resta desta velha embarcão.

Até cair na realidade nua e crua da vida, não há vida além deste oceano, é vazio, deserto, cheios de fendas, arrecifes onde navegar foi e sempre será infortúnio.

Hoje, preso as sobras desta embarcação, eu dou braçadas, para uma direção que eu não sei ao certo se é certa, mas, com a certeza de que fora deste mar navegarei em outra aventura.

Dinho

12/08/2012

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 13/08/2012
Reeditado em 13/08/2012
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