Promessa
Prometo que desta boca nunca hão de faltar as palavras e que destas mãos jamais hão de secar os versos. Tudo é tão orgânico, tão presente, que de faltar o ar não morreria facilmente, mas da escassez do que dizer, certamente sim. És como a minha mão a embalar a pena dormente que se apruma em te trovar e, como um deus danado que festeja a cada uva prensada, ladeia frenético todo o feito. Se é agora, crava o sempre e de folia o passado se acalma. Saiba, tais feitos estendem-se ao vislumbre da tua presença, a guisa do teu rastro, a passagem do teu ser. O Príncipe do castelo continua no livro, preso. Pede a libertação nas linhas que te inspiram e que escrevo na bossa do alento num desatinado momento que não há de faltar nunca, jamais e em tempo algum. As mãos vão repousar e os pensamentos continuarão no mesmo lugar. Até a próxima pagina, Príncipe.