O Amor
Muitos textos e poesias se esforçam por esboçar uma visão do amor, visão esta a meu ver taxativamente romântica ou, então, excessivamente sexual, deixando de abordar a verdadeira complexidade e dualidade que cercam este sentimento.
O amor é individual e sua explicação teórica a meu ver impossível. O amor é nobre no sentido em que desejamos o bem ao ser amado, mas egoísta à medida em que queremos o objeto de nosso amor feliz, porque assim nos tornamos mais felizes.
O dito amor mágico à primeira vista é paixão que pode ou não evoluir para algo maior, mas definir o amor como aquele momento em que os olhos se cruzam e as narinas se dilatam para aspirar melhor o perfume daquela criatura em particular, seria muito simplismo.
O que nos faz querer abrir mão de nossa individualidade só para estar ao lado de alguém, que de fato raramente tem as mesmas visões de mundo que nós? Talvez o grande desafio seja exatamente descobrirmos que é exatamente esta aparente contraposição de mundos é que nos fascina e nos faz desejar rever nosso mundo por alguém.
O amor é algo mágico, mas ao mesmo tempo comum. Nos sentimos tão especiais quando na verdade somos apenas mais dois repetindo as tolices apaixonadas de outras milhões de pessoas.
A falta de originalidade não importa: tudo o que importa é que o amor enche de luz nossas vidas e nos faz nos sentirmos únicos. Amemos, pois.