Olhos fechados
Olhos fechados
Vanderli Granatto
Olhos fechados para nada mais ver.
O que acontece com o mundo
mexe com o que há de mais profundo.
Desaba a auto-estima, amarga o querer
desafia o viver.
Navegante não descarta o sofrer.
Este é o agravante.
Sorriso minguado,
mágoas tatuadas
amarguras destoantes,
a franqueza roubada,
ajuda do amigo negada,
coração desesperado.
Nada mais é como antes.
Muitos disfarçam a falsidade,
debilidades, dentro das habilidades.
O mundo caminha sem atenuante.
Castigado está o ser.
O ter anda as tantas descontrolado.
Quanto mais ativado o querer, mais longe fica o ser.
A ambição tomou conta da mente.
Afeto, abrigo, só por obrigação.
Doar-se sem restrição, por amor,
isso é gozação.
Tudo fica pra depois,
que se ajeite as situações.
Não mais se tem ponderação.
Esqueceram a palavra mãe,
pai, filho, irmão.
Banalizaram os gestos mais puros.
O impuro ganha força,
pois há quem fique, em cima do muro.
A banda passa e não tem conversa.
O grito fala mais alto...
Ninguém cai do salto...
A convivência virou conveniência
com ideais desconsiderados.
Compra-se tudo, paga-se muito.
O intuito é crescer em bens materiais.
Os ais sentimentais são pacientes terminais.
Tudo está ilimitado, desregrado, relegado
ao passado, não pensado, não estudado,
deixado de lado, manuseado por fortuitos,
corruptos com poder abrupto.
E o povo onde vai parar assim calado?
Olhos fechados para nada mais ver,
até chegar a hora de....(morrer...) ( tudo vencer...)
(um novo sol nascer...)??!!
Não se entregue às mazelas, lute pelo bem dos filhos seus...
Vanderli Granatto
Em 30/07/2012
Botucatu/SP