Incomum e natural.

Apesar de que sim, meu sangue ferve, sim eu não sou delicada e, sim sou uma comunista vendida aos irresistíveis atrativos consumistas. Suspeito, há tempos, de que ninguém vai parar pra ler as minhas palavras aqui ... a não ser namorados, ótimos amigos ou pessoas com uma paciêncial excepcional!

Me perdi há alguns anos em um limbo estudantil e então criei a mania de não me decidir, ou decidir o contrário e depois não mais.

Ainda sei que sou um amor, e sei ser simpática. Sou levada a detestar burrice e cabeça fechada, mas detesto inteligentes sei-tudo-sobre-tudo e ainda com frases bem formuladas.

Sim, sou tímida e toda torta, mas tenho a mania de chutar o pau da barraca pra perder a vergonha. Ainda não aprendi a iniciar conversas, e também não aprendi a calar a boca. Ainda quero uma casinha no campo, mas também uma na praia, uma nas montanhas... ou nenhuma delas, e só um casebre cheio de filhos e amigos .

Ainda sou a melhor amiga dos meus melhores amigos, e dos nem tão melhores também. Ainda sou uma perfeccionista bagunceira demais. Sou a guria, que desde sempre, quer fazer de tudo, e ao mesmo tempo. Minha mãe contava quantas vezes eu dizia que queria tal coisa enquanto assisto à filmes: em um intervalo de 130min sou capaz de querer fugir com o circo, ser uma camponesa do século XIX ou parar num hospício tipo estranho no ninho.

Pra me ver brava é só falar mal de quem eu amo , ou do comunismo (por mais medonho que pareça ) ou colocar ervilha na minha comida.

Já achei meu Deus, meu Salvador! Eu já durmo no escuro e não tenho mais medo de fantasmas.

Leio a última página antes de começar a ler um livro, caminho na rua passando a mão nas paredes, mas parei de sonhar em sequência à noite.

Comigo, as coisas mudam correndo, e nunca mudam de verdade. E esse é o meu paradoxo mais querido . Admiro aqueles que mudam de opinião sempre. Admiro aqueles que não mudam de princípios nunca. Admiro princípios e opiniões. E acho que, depois de algum tempo, finalmente cheguei ao ponto em que consigo conciliar os dois. E digo, nada como ser inconstantemente decidida!