METAMORFOSE

Hoje ao ter a visão momentaneamente ofuscada pela imponente luz do astro rei, num simples tirar dos óculos solares, cai numa medíocre reflexão, ou quem sabe não... Percebi minhas cores e so diante da cegueira causada pelo sol, comecei a enxerga-las. Durante tanto tempo ao lado de quem não enxergava meus tons verdadeiros... Tantas cores distintas que indistintamente se revelavam. Vez ou outra meu amor assumia tons brancos de beleza pura, quase virginal. Por outras vezes era o vermelho vibrante, ás vezes eu era um tom por existir, buscando uma cor pra se misturar a mim. Quiseste-me cinza, apenas cinza... Como sobreviver a isto? Eu posso ser negra como noite sem lua, cinza jamais! Perdeste-te no teu daltonismo funéreo. Na parvoíce de não pensares no amor como algo colorido. O amor não tinha tão forte significado, depois teve. Cuidava de ti por te amar, mas a ti. Percebi ao longo dos dias que tu querias amar-te, amar-te através de minhas cores que refletiam dando um terceiro tom ao teuEsqueci-me que reflexo é uma reprodução atenuada, fui me tornando um revérbero de ti e me esquecendo. Fui cobrindo todos meus tons, com tua inércia cinérea! Agora tu dizes que não vive sem nossa luz? Fomos no máximo um amarelo fotografia antiga! Tem graça? Logo eu, que tenho graça. Que caio em graça. Que também sou engraçada, como cara pintada do palhaço. Não peças para que eu me apague contigo e atinja um tom fúnebre! Se hoje tua existência é como dizes, da cor do branco do vazio, é a hora que tua alma pede uma vida de outra cor. O branco pode se metamorfosear.O vazio se transmuta no tudo. Um final é também um começo...

Rosilayne Vasconcelos
Enviado por Rosilayne Vasconcelos em 09/08/2012
Reeditado em 10/06/2014
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