MORTE: Talvez ...
Não, caras e caros poetas, não em nada a ver convosco. Sei que sois poetas: é-me suficiente para vos estimar imenso, até ao limite mais ilimitado.
Sou eu o... responsável. Permiti a qualificação. Tento fazer poesia, "lirizar", percorrer os caminhos da lírica, sobre temas angustiosos que não são nem morte, nem nascimento, nem amor, nem Vida ou Tempo sequer, mas apenas o curso diário das pessoas (eu, os meus, amigos e conhecidos), dos acontecimentos (em que quase não tenho responsabilidade, ou isso penso, embora mais cada vez me culpem da "crise" em que outros nos mergulharam...) e mesmo do trânsito dos planetas e de algumas estrelas obedientes à sua trajetória.
Acontece, contudo, que nenhum desses assuntos é tema lírico...
Confesso que invejo muito a época e a capacidade dos Camões ou dos Cervantes ou dos Milton e mesmo dos Corneille que redigiram textos que nem sempre a lírica sobredeterminara (será este o termo?) e, não obstante, foram e ainda são estimados como clássicos, modélicos, imitáveis... Bom, imitáveis...