MEDO
MEDO
Neste mundo moderno
Repleto de novidades
O medo que nos invade
Faz da vida um inferno
São mudanças diuturnas
Que trazem extremo progresso
Mas tornam-nos pessoas taciturnas
Ou senão deixam-nos possessos
Temos medo de tudo e de todos
Principalmente do porvir
Parece um grande engodo
Para onde querem nos conduzir
É todo dia algo descabido
Um desconhecido amigo
De consumidor a consumido
Tudo vai virando castigo
Depressão, solidão
Síndromes, irritação
O medo nos invade
De outros tempos saudades
Foi-se a privacidade
Efêmera felicidade
É o que mais existe
Estamos mais tristes
Bendita tecnologia
Maldita tecnologia
Tudo se mistura
Nessa nova agrura
Aumenta o tempo de vida
Diminui o viver
Temos agora que aprender
A de novo conviver
A solidão acompanhada
A amizade virtual
O amor sem carnal
A corrida desabalada
Essa é a existência em nova fase
Que serve de base
Que causa um grande medo
De tornarmo-nos um arremedo