DE SONHOS

Se ainda me pudesse caber alguma espécie de sonho que já de antemão não tivesse a potência de vir a causar qualquer espécie de sofrimento a alguém (ns) e a mim mesma, esse sonho seria o de poder sair andando... andando... andando... até os confins ou os fins do mundo. Andando... andando... andando...mas, a condição das minhas pernas "também" já não dão suporte a este único sonho que ainda me poderia caber.

Tenho a minha paineira diante da janela, sempre diante da janela... a paineira-símbolo do Grande Sonho Desde Sempre Impossível, a paineira, minha luz e minha sombra, no dia a dia a me dizer: "Eu sou sua Lição Maior; nada queira, nada pretenda. Faça sempre da janela, o portal que a liga ao mundo e, principalmente, não ouse sonhar com qualquer possibilidade de realização efetiva com o amor a que aspiraste sempre, muito menos com a possibilidade de realização com amor que venha a se encarnar em algum novo rosto. Mais ainda: peça aos Céus que nenhum outro homem a veja senão com olhos de amigo, que os amigos, homens e mulheres, lhe haverão de ser sempre o bálsamo e as trajetórias por direito legítimo, além de sua mãe. Além de sua mãe. Quanto ao sonho de andarilha deixe-o para a(s) próxima(s) vida(s), vidas que, se também não vierem, disso nunca você virá a saber."

Na manhã de 05 de agosto de 2012.