AOS MEUS 45...
AOS MEUS 45...
Seria o último minuto, se fosse um tempo de jogo...
Seria metade de um ângulo reto, se fosse geométrico...
Seria seguir a sequência dentre o 3 e o 6...
Seria uma soma que daria 9, e nove's fora 0...
Seria um múltiplo de 3 e de 5 que são primos, sem serem parentes...
Seria um dedo no gatilho e uma bala perdida de 45 mm...
Seria, seria, seria...
Mas é só mais uma idade...
A soma e o acumulo de anos e de experiências...
Uma modern-ai-dade...
Onde se confundem em minha cabeça...
Meu lado jovial e o lado maduro...
Por horas me vejo menino em apuros...
Noutras o homem que virei e faz tempo, um cara duro...
Endurecido com as responsabilidades que tenho de ter...
E na irresponsabilidade que insiste em me prestigiar
Quarenta e Cinco anos
Quase cinquentão
Ainda Quarentão
Velho e jovem ainda em disputa
Logo um vence, é certo
E levará a batalha na experiência
Não se pode contra ela...
Mas não fico triste, de modo algum...
Pois venci mais do que perdi...
Na luta da vida...
Vivi meus 45 minutos de jogo como poucos...
Não perderei a chance de viver muitas prorrogações...
Mas como o gatilho pressionado...
Sem alvo ou limites...
Sou um disparo de 45 mm...
A vagar no tempo e no espaço...
Nas certas incertezas
Que a vida dá...
Mas que com os 45 graus do meu compasso...
Traço uma linha torta...
De 4 ou 5 centímetros...
Ligando o velho ao novo...
E tudo se transforma...
Em um recomeço...
Já pensando nos 50...
Sem medo...
Que mais anos venham...
O que esperar disso?
É segredo....
p. dias 02.08.67/02.08.2012