Distante de mim.
Os passos vão sendo arrastados no chão surrado e sujo.
A caminhada não é dificil, o caminho também não.
A esperança perdida já não tem esperanças em ser encontrada,
E o rosto cujo não conheço, mas que um dia chamei de meu,
Esconde em seu olhar calculista e frio o desejo de se completar,
Encontrar as emoções vazias... E então se perder novamente.
O vento frio assusta meu medo,
Meu corpo não treme ou sente o que deveria sentir.
Meus passos continuam certos e diretos,
Mas sinto que estou indo para onde deveria ir.
A fraca luz que na penumbra ilumina o caminho,
Deixa espaços para o mal se acostar.
As dores ambíguas e a tristeza solitária caminham ao meu lado.
E sinto que estou distante de algum dia a felicidade encontrar,
Mas de que importa um sentimento incerto? Onde não sabemos onde encontrar. E se estamos bem em um dia, no outro o inferno vem nos atormentar!
"Fechem as cortinas o fogo se alastra!" - Grita algo dentro de mim.
Mas ninguém percebe nem nunca percebeu, o quão tarde o hoje se apresenta, e o quão perto estou de ruir.
Veja! Veja! Não aqui dentro de mim. Veja meus olhos vazios não choram, nem sentem o que deveriam sentir. A tinta preta risca meu nome, e o silêncio insiste em partir. Mas que diabos o inferno não cansa? Quero apenas uma noite inteira dormir...
Onde estou? Perdido, bom moço?
Não desejo meu lar encontrar! Quero que meus pés cansem em súplica desejando não mais andar, quero que meu sangue risque as palavras que do peito não querem saltar, quero que a tristeza expanda e crie muralhas onde não posso alcançar.
"Estamos todos perdidos, é chegada a hora de parar" - E tudo em um caos se profana, onde nem mesmo a vida pode alcançar.
Minhas palavras se perdem tão fúteis... Onde o medo as acolhe com pesar.
Deixemos a pena pra outrora, é chegada a hora de parar.