Odeio o frio

Odeio quando faz frio, odeio ainda mais quando faz frio aqui dentro, muitos porquês abstratos, rasgam os casacos de inverno, um por um, fio por fio , desfiando a vaidade que outrora persistiu em manter, sete mil léguas , por estradas vis de almas pagãs, o assédio, a claridade embaçada pelo ar sufocado, é muito gelo a ser tirado de cima, muita neve, dessas que não condensa, que não dá para se fazer sorridentes bonecos de neve, parecido com aquela areia fina de praia, a mesma que não dá pra fazer castelo, parece massa que não dá liga, é construção de tijolo mal colocado, obra torta, mal calculada...

Odeio o frio, odeio ainda mais o frio que se fez aqui dentro, o desaponte é grande, porque a indecisão coloca o tempo contra, mas que seja a oferta válida, que seja a desgraceira morro abaixo pela neve, que o frio passe, e que hajam dias de melhor convivência comigo mesma e talvez um tanto de ausência de frio "

Charlene Angelim
Enviado por Charlene Angelim em 31/07/2012
Reeditado em 14/08/2012
Código do texto: T3807415
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