Não há mais violação...
O violão está num canto.
quieto, calado, quebrado e cansado.
o violão parou de violar.
Já não viola mais como antes
Não viola como um dia já violou
O violão está perdido no meio da insanidade do mundo moderno.
Ele que era revolucinário.
Ele que era diferente.
Ele que adorava gente agora está descrente.
Ele está desafinado e rouco sem perspectiva e esperança.
Lembra dos bons tempos em que ele podia violar.
Dos tempos que era importante e tinha algum valor
As pessoas paravam para o ver.
Hoje já não faz mais sentido.
Por isso está deprimido porque nada mais faz sentido.
Mas ele está lá num canto
De tempos em tempos alguém lembra dele
Mas já não é a mesma coisa.