PESSIMISMO OU REALISMO ?
Juliana Valis
Muitas pessoas me rotulam de "pessimista". Embora não goste de quaisquer rótulos desse tipo, por crer que sejam extremamente vazios e vagos, andei refletindo sobre isso. Li uma entrevista do escritor José Saramago em que ele afirmava: "não sou pessimista, o mundo é que péssimo". Parei, então, para pensar a respeito de tal frase: tendemos a ser pessimistas ou realistas, simplesmente? Até que ponto o sujeito que observa o mundo, como objeto externo, pode ser neutro às suas próprias caracterísicas psicológicas ?
Não há neutralidade, alguma, creio. A imparcialidade humana é uma utopia, quiçá, inatingível. Ninguém vê o mesmo fato externo da mesma forma. Por exemplo, a interpretação que tenho da figura acima, com certeza, não será idêntica à de outra pessoa. O que para mim pode representar uma grande tristeza, para outro, pode ser algo indiferente ou sem a menor importância. Assim, os nomes que são dados a essas "visões" da realidade, como "´pessimismo" ou "otimismo", são extremamente relativos, imprecisos e suscetíveis de divagações infinitas.
Por isso, não gosto de rotular ninguém como "pessimista", "otimista", ou o que quer que seja. Esses adjetivos soam muito mais como observações superficiais do que qualquer outra coisa. O que é ser pessimista, afinal, quando o mundo se apresenta caótico diante de nossos olhos ? Podemos ter apenas visões distintas de uma mesma realidade. O problema é saber o que é, ou não, real.
Juliana Valis
Muitas pessoas me rotulam de "pessimista". Embora não goste de quaisquer rótulos desse tipo, por crer que sejam extremamente vazios e vagos, andei refletindo sobre isso. Li uma entrevista do escritor José Saramago em que ele afirmava: "não sou pessimista, o mundo é que péssimo". Parei, então, para pensar a respeito de tal frase: tendemos a ser pessimistas ou realistas, simplesmente? Até que ponto o sujeito que observa o mundo, como objeto externo, pode ser neutro às suas próprias caracterísicas psicológicas ?
Não há neutralidade, alguma, creio. A imparcialidade humana é uma utopia, quiçá, inatingível. Ninguém vê o mesmo fato externo da mesma forma. Por exemplo, a interpretação que tenho da figura acima, com certeza, não será idêntica à de outra pessoa. O que para mim pode representar uma grande tristeza, para outro, pode ser algo indiferente ou sem a menor importância. Assim, os nomes que são dados a essas "visões" da realidade, como "´pessimismo" ou "otimismo", são extremamente relativos, imprecisos e suscetíveis de divagações infinitas.
Por isso, não gosto de rotular ninguém como "pessimista", "otimista", ou o que quer que seja. Esses adjetivos soam muito mais como observações superficiais do que qualquer outra coisa. O que é ser pessimista, afinal, quando o mundo se apresenta caótico diante de nossos olhos ? Podemos ter apenas visões distintas de uma mesma realidade. O problema é saber o que é, ou não, real.